quinta-feira, 5 de março de 2009

OK COMPUTER


Enfim, o Radiohead vai tocar no Basil, foram anoS de espera!

Há muito tempo esses ingleses me instigam a cada audição, em mim um conflito inexplicável de agonia que beira a repulsa e uma atração hipnótica é provocada.

foi naquele comercial de síndrome de down (num carrossel em que tocava 'fake plastic trees' ) que ouvi pela primeira vez.

Uma tristeza existencial, uma melancolia mórbida, um grito silencioso de socorro! uma voz celestial!

Adquiri o 'THE BENDS' e desde entao ouço RADIOHEAD compulsivamente!


Até que cai em minhas mãos o 'grande disco! OK COMPUTER, um ovni auditivo, um invasor agônico, intrigante, anunciando o fim do milênio!

A anti-música, o fim das gravadoras, a internet como meio de divulgação e expansão da música do mundo, o download gratuito.

A relação com a máquina sobrepondo as relações pessoais (olha o msn aí gente!) .

Paranoid Android dividida em 4 partes, um som espacial, dependendo do tipo de aparelho que se ouve o OK COMPUTER se tem a impressão de entrar dentro da música.

Todas as faixas interligadas numa 'rede' intrigante de sentidos, uma tradução literal dessa nova era, a solidão na multidão, um misto de expectaiva de futuro e desolação antecipada, a instituição do tédio diário das grandes cidades e suas fugas perigosas.

São sensações e ausência delas que completa o disco.

Caetano Veloso recentemente disse que o RADIOHEAD lhe remete o CLUBE DA ESQUINA, esse ser onipresente da MPB e suas opiniões desconcertantes disse algo que eu temia dizer e nao ser entendido, há sim uma ponte que une eles, embora não acredito em nenhuma linha imaginágia de influência.
Lobão disse que eles não têm melodia, porém eu entendo que a suposta ausência de melodias a lá BEATLES se deve exatamente no sentido de expressar através do silêncio. Daí minha admiração pela esquizitice da banda.


A mim, lembra um rio de corredeiras, quedas dágua, calmaria e seca. como essa musica do RADIOHEAD me lembra água! (e eu dentro dela).

A invenção do RADIOHEAD é mesmo a anti-musica (mais sentida no KID A e AMNESIAC) onde impera o silêncio, silencio esse que antecede um grande surto, mas também pode ser doce como CREEP, pop brega que fez estourar a banda ( por sinal eu adoro!).

Confusas, tortuosas, retas ou sinuosas as canções me fazem pensar, em tudo!

Enfim, o que uma musica pode causar de efeito num ser humano?

No caso do Radiohead, vejo o passado, o presente e o futuro da canção.


Passado - Tem no DNA as influências confessas de Pink Floyd,U2, Talking Head entre outras,


Presente - Traduziu como poucos a solidão coletiva, distanciando do convívio pessoal em função do computador, dos ácidos e entorpecentes e da falta de perspectiva, do fim das gravadoras, da geração i-pod.


Futuro - A forma de fazer música, de divulgar música, de ouvir música, a introdução de novas mídias e a função que a canção tem que é, (seja no passado, agora ou no futuro) causar todas as sensações (im)possíveis e (in)imagináveis!


No entanto essa música do Radiohead que se ouve de forma tão solitária vai lotar estádios no Brail esse mês. E eu como fã que sou não vou!

Vou ficar aqui ouvindo IN RAINBOWS que baixei de graça!

Um comentário:

  1. Gostei da reflexão sobre o passado, o presente e o futuro da canção na arte do Radiohead!

    tambem vou ficar ouvindo o IN RAINBOWS em casa...

    :>(

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