sexta-feira, 5 de junho de 2009

PIPOCA amanhecida com COCA-COLA sem gás


São tempos difíceis, de uma geração plugada demais pra prestar atenção na música.
Se procurar as causas da ausência de ídolos jovens, talvez explique essa inércia na música pop feita no Brasil.

Tenho a certeza de que a música pertence a juventude, claro que se faz música boa em qualquer idade, mas música como um grito de liberdade, um alento ás transformações físicas, sociais, amorosas, essas pertencem á juventude,. Uma certa irresponsabilidade, um devaneio, uma espontaneidade que os anos depois nos tomam, talvez até melhore no ponto de vista técnico, mas com contas pra pagar a música pega carona na razão, na ausência de riscos.

Talvez o fato de eu não ser da geração internet, playstation, MTV, shopping center explique minha agonia.
O fato de não ter sido criado com sucrilhos vendo tv a cabo em condomínio fechado, ter motorista pra levar ao colégio, aula de judô, de música, ou construir relações amorosas pelo msn... explique.
A idade talvez, mas não.

A coisa tá braba mermo!
Se no tempo do meu pai existiu Roberto Carlos, Raul Seixas, Mutantes, Novos Baianos e na minha adolescencia havia o domínio absoluto da juventude, LEGIÃO, PARALAMAS, TITÃS, CAZUZA, ULTRAJE, LOBÃO,
hoje quem faz musica pra mulekada já está na casa dos 40, NANDO REIS, CHORÃO, DINHO OURO PRETO,ou então as últimas apostas das majors SEM renovação há uma década SKANK, J.QUEST, DETONAUTAS, PITTY, ou talvez a aposta emocore teen do FRESNO, 90000anjos, NX ZERO... Um gosto estranho de pipoca amanhecida com coca-cola sem gás.

Quem sabe o fato de na segunda metade da década de 90 quando instituiu-se o jabá (propina pra tocar) nas fms e a trinca; AXÉ, SERTANEJO, PAGODE que dominou os programas de auditório e rádios dão uma pista.
O fim das gravadoras e do disco físico, (LP, CD) a pirataria e o fato de baixar de graça qualquer coisa, talvez contribua, mas não vejo isso como a principal causa.
A tv bem que tenta, programas de calouros, reality shows estão por aí e até agora nada.

A coisa disseminou e diluiu em nichos ou (para marketeiros) o famigerado mercado segmentado.
Dividiu em classes sociais, HIP HOP para as classes C e D, rock branquelo pras as A e b e ainda (por falta de opção) em tribos.

Nelas cabem tudo, CLUBBERS, MICARETAS, SOM AUTOMOTIVO, CALIPSO, SERTANEJO UNIVERSITÁRIO, em casos isolados, uma meninada tocando samba antigo e a tal da nova MPB.
Um movimento peculiar de festivais de bandas independentes invade a cena e já rende boas novas, CALANGO, GOIÂNIA NOISE, ABRIL PRO ROCK, entre outros via MY SPACE, YOUTUBE, TRAMA VIRTUAL.
Por falar em MYSPACE, tem a precoce MALU MAGALHÃES,o rock comédia da PEDRA LETÍCIA e outras folkas que bombaram na rede.
Mas sem dúvida é uma geração sem ídolos.

Não sei se isso é bom ou se é ruim, mas o fato de não ter em quem se espelhar, seja pra fazer música, letra, tocar um instrumento, produzir; ou mesmo pra contestar, pra ir contra...
Não to falando de Ídolos que arrastam multidões com o hit do momento, de boys band, ou desses que a tv fabrica vez por outra, é da ausência de heróis da juventude, de alguma coisa importante que se perdeu.

P.S. Hoje tem WADO na METRÓPOLIS com abertura do DIEGO DE MORAES E O SINDICATO

Um comentário:

  1. concordo em alguns pontos e discordo em outros,mas tá ai um assunto do qual pode gerar varias discussões e com elas polemicas válidas ou não .E são poucos que ousam expor suas idéias sobre esse assunto, acho q com essa postagem vc deu um ponta pé importante pra se pensar, mudar e rever conceitos parabéns.Abraço e sardade de vc

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