MPB, sigla que lembra partido politico mas é a abreviação de Música Popular Brasileira, em muitos causa calafrios, empolamento, em outros uma espécie de crachá VIP pra justificar seu apurado "bom gosto adquirido". Ontem foi o dia da MPB, hoje eu escrevo sobre ela, um dia de atrazo pra justificar o atrazo da MPB em relação a música do mundo ou simplismente o atrazo mental dos seus detratores e principalmente de seus amantes?
Porque tanto amor e ódio sobre a canção popular feita em terras tupiniquins? Porquê é tão chique gostar de MPB e porquê odiá-la é tão cult?
Existe uma MPB pra cada ouvinte, há quem pense que MPB é aquele som de barzinho, do cara que toca violão e canta clássicos requentados de Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Belchior, Rildo Hora, Fagner, Legião... há quem pense que MPB são só os medalhões, intocáveis deuses da música nacional, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, João Bosco, Milton Nascimento há os que acham que há renovação na MPB a partir de Arnaldo Antunes, Ed Motta, Ana Carolina, Zeca Baleiro, Moska, Lenine,Vanessa da Mata, Jorge Versilo, Maria Rita, Maria Gadú, Seu Jorge argh!!! Há a tradição das vozes femininas de Gal, Bethania, Clara Nunes, Elis e das composições masculinas, a música nordestina de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Marinês, Banda de Pífanos de Caruaru, há quem segura a bandeira dos malditos; Luiz Melodia, Jorge Mautner, Jards Macalé, Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé, Sérgio Sampaio, Tom Zé, Walter Franco, tem aqueles que gostam da dor de cotovelo, da velha guarda, Lupcínio Rodrigues, Ataulfo Alves, Caymmi, Caubi, Angela Maria, Elivelton Martins...
A galera do samba não deixa por menos a confusão, tem os saudosistas dos "pais" do samba, Cartola, Nelson Cavaquinho, Noel Rosa, os filhos; Paulinho da Viola, Helton Medeiros, os netos; Hamilton de Holanda, Casuarina, Teresa Cristina, tem os antigos e novos chorões, a Lapa, a Vila Madalena, os barracões das escolas de samba, tem os partideiros que vai de Martinho da Vila a Zeca Pagodinho, os pagodeiros paulistas, o samba do morro de Zé Keti, o samba trangênico do Marcelo D2, os que abusam da eletrônica, enfim... Voltando a falar da polêmica sigla, desde a Bossa Nova que vem se pintando esse "ar" de música superior, na era dos festivais isso se afincou por conta das competições, das canções de protesto, da ditadura militar, da música séria. Depois foi a vez das "turmas"; da tropicália, do M.A.U, da vanguarda paulista, do clube da esquina e outros clãs...
Hoje cabe nesse balaio de gato desde Racionais MC's, Los Hermanos até Sepultura. A nova Música do Brasil ainda não chegou aos ouvidos do seu público, tem a preguiça natural de ouvir os novos; "nossos idolos ainda são os mesmos" lembra? E a divulgação não ajuda em nada, gente como Curumim, Cidadão Instigado, Júnio Barreto, Céu, Siba, Burro Morto, Rita Ribeiro, Tulipa Ruiz, Ceumar, Mônica Salmaso, Fabiana Cozza, Edu Krieger, Celso Viáfora, Pedro Luis, estão fazendo história correndo por fora, mas quem está por fora então? onde a MPB perdeu a comunicação? Os ditos produtos populares das gravadoras hoje são grupos de axé, pop rock e duplas sertanejas, que também não deixa de ser MPB e não vale a pena tentar explicar por esse viés altamente ligado as finanças.
Dá pra esquecer que MPB é música cerebral, difícil, cheia de metáforas, aliterações.oxímoros e mensagens subliminares quando se ouve um Tim Maia, Secos e Molhados, Novos Baianos, Mutantes, Black Rio.
Tem que ter cuidado pra não cair na armadilha simplória de que MPB é a "melhor música do mundo" ou "a pior coisa que existe!" porque há muito a nossa música se confunde com a história do país, com a história de um povo, uma paixão que não passa pelas Fms ou programas de auditório. Aos que não gostam, o direito de não gostar, ou a coragem de descobrir que existe mundos além da sua filosofia vã, do seu preconceito e aos metidos a elitistas, aos que teimam em isolar-se em algum lugar do passado, dê uma passada de orelha na "outra" música do Brasil que está em plena criação atualmente e descubra que a MPB tá muito além dos vinis dos anos 1970.
Kleuber,
ResponderExcluirSeu texto me incita a pensar! várias possibilidades.
começo com uma questão? Como definir a Música Popular Brasileira? requer uma pequena arqueologia da construção desse conceito. MPB virou conceito, dos mais confusos. Ninguém consegue responder: O que é MPB? O que significa Musica Popular Brasileira. Porque num basta ser Brasileira, tem que ser popular. Mas esse popular define gênero musical, estranho né?
Eu que não tenho muitos conhecimentos musicais, penso que nos instiga a pesquisar mais...beijos.
EU
Kleuber, tem tbem quem defende a MPB - Música Pra pular Brasileira.
ResponderExcluirQuer dizer: nessa sigla, amada e odiada, como vc diz, cabem todos os gostos e nóias.. rsrsrs
abração, meu fiiiiiiiiiiii