Em 1971 quando rolou o show VAPOR BARATO (uma alusão ás dunas de GAL), era um lugar frequentado por hippies,estudantes, militantes, maconheiros, jovens antenados que faziam uma oposição lisérgica ao governo militar e ali (num pequeno trecho onde jorrava o esgoto na praia de Ipanema no Rio) pouco eram incomodados.
Gal era a musa maior, a estrela sobrevivente da saga tropicalista, segurando sozinha a bandeira enquanto seus mentores GILBERTO GIL e CAETANO VELOSO estavam exilados em Londres.
Gal era a musa maior, a estrela sobrevivente da saga tropicalista, segurando sozinha a bandeira enquanto seus mentores GILBERTO GIL e CAETANO VELOSO estavam exilados em Londres.
O show tinha WALY SALOMÃO na direção, LANNY GORDIN nos arranjos, JORGINHO, PEPEU (novos baianos) BAIXINHO e NOVELLI na banda.
O disco (dividido em 2, um voz e violão, outro banda) traz em si um sentimento de angústia, um grito agônico de quem não concordava com aquilo e não podia fazer (quase) nada pra mudar o quadro, daí a dualidade de todas as letras cutucando o sistema com dardos poéticos.
Como no belíssimo samba de Isamel Silva “Antonico” pedindo auxilio; “faça por ele como se fosse por mim” ou “Dê um Rolê” dos novos baianos; “enquanto eles se batem, dê um rolê”
Sua estupidez não lhe deixa ver que eu te amo! e “tudo certo como 2 e 2 são 5” do Robertão, “Tente passar pelo que estou passando” dizia Luiz Melodia, de WALLY e MACALÉ ; “talvez eu volte, um dia eu volto, quem sabe...” Assum Preto, Luz do Sol, Mal Secreto...
Quem ouvir vai identificar as intenções, os pedidos de socorro e a fúria rebelde ali contida num disco marginal, absurdamente humano, belo em cada detalhe, cada música escolhida pra representar o descontentamento.
Tudo isso cantado de forma magistral por GAL que filtrava na voz o legado tropicalista, só ela poderia unir Macalé, Melodia, Jorge Ben, Caetano, Luis Gonzaga, Ismael Silva, Roberto Carlos num mesmo disco e isso soar coezo, sem afetações e ecleticidades .
Ia dos sussurros de João Gilberto aos berros de Janis Joplin , da dolência de uma Dalva de Oliveira ao canto emotivo de uma Bethânia.
É um disco folk, rock, emepebistico, cool.
Uma obra prima raivosa, de emoção contida e extavazada a todo momento. Um documento histórico de uma época que vez por outra parece se repetir, fazendo as canções soarem atuais sempre.
A grande cantora da MPB que depois disso preferiu seguir um caminho menos interessante deixou aqui todas as cores do retrato de uma época, de uma geração.
Uma obra prima raivosa, de emoção contida e extavazada a todo momento. Um documento histórico de uma época que vez por outra parece se repetir, fazendo as canções soarem atuais sempre.
A grande cantora da MPB que depois disso preferiu seguir um caminho menos interessante deixou aqui todas as cores do retrato de uma época, de uma geração.
É o meu pré-ferido de Gal Costa.
Baixem!
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