sexta-feira, 19 de novembro de 2010

QUEM TEM MEDO DO BREGA?

Depois de ver a galera do rock alternativo se pegar com a da MPB alternativa, eis que surge uma nova frequência de embate.
 Música Brega X Música Elitista.
 Mais uma vez é uma onda sonora que provoca discussões calorosas e muita polêmica, por conta do
"bom gosto induzido ou do mal gosto instituído"
Vamos aos fatos;
No livro "EU NÃO SOU CACHORRO NÃO" do Paulo César Araújo, ele moveu os porões da ditadura que andou sensurando os cantores populares dos anos 1960/70 e trouxe á tona outras questões estéticas à serem discutidas.
Caetano Veloso e seu dueto com Odair José já incendiou segregação na época também, aliás ele que vira e mexe grava um Peninha, um Fernando Mendes, Roberto Carlos e dá um "up grade" nas vendagens.
Uma lista infinita de gente anda mexendo nas canções que viraram cult a partir dos anos de 1990, coletâneas são lançadas com grandes nomes do rock alternativo e vários medalhões estão regravando, outra geração indo mais longe está incorporando em suas criações,
como Arnaldo Antunes que se juntou ao Cidadão Instigado e lançou IÈ IÊ IÊ, com referências claras, aliás Fernado Catatau faz uma ponte interessante entre o brega e a nova música do Brasil,
Nando Reis acaba de lançar um CD com algumas canções desse tipo, Marisa Monte, e mais um monte de gente...a onda chegou naturalmente e claro muita gente não está entendendo nada, pois todo mundo está condicionado a posicionar de um dos lados do ringue,
como se houvesse uma separação explicita entre o que é bom, o que é ruim e o que (ou quem) determina isso.
 Acho que existe música boa e música ruim e isso independe de gênero mas da maneira que é feita, aí entra questões estéticas, mercadológicas e de intenções...

 Estar apto a absorver isso é um exercício de liberdade que você pode ou não se propor a fazer,
é onde o bicho pega, porque as pessoas não se sentem á vontade pra viver experiências da qual foram podadas por uma critica cultural elitista e daí propagam a idéia do bom gosto, muitas vezes gosta mas diz não gostar, por medo de serem "descobertas". Por outro lado as pessoas que só consomem o fast food das radios e programas  populares não conseguem digerir algo mais elaborado.
 Claro que a assimilação de tudo depende da construção pessoal, de vivência e de contato com as vertentes da música, o que não implica condição financeira ou grau de escolaridade, é tudo uma questão de sensibilidade.
O que me incomoda é o preconceito burro, tanto o de quem desconhece uma música mais trabalhada, mais conceitual quanto o de origem pequeno burgueza, de estar inserido em algum segmento que consome tal estilo, a coisa das tribos.

Como eu não sou índio, eu transito por tudo que me faz sentir melhor.
 No mais o BREGA pode sim ser uma coisa muito legal, divertida e verdadeira.

É como disse Péricles Cavalcante em ODEIO MÚSICA;
"Eu odeio música quando ela é o ópio do povo e voce vê que dali não sai nada de novo;
Eu odeio música quando ela é "entre aspas" sofisticada, que não parece com ninguém, não fede, não cheira nem nada, 
e pra dizer o contrário eu vou terminar, porque eu adoro música quando ela vem pra me libertar"

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