terça-feira, 25 de dezembro de 2012

25 de dezembro; hora de trocar presentes e farpas

A chuva fina e constante faz uma espécie de mantra no telhado, é 25 de dezembro e ninguém quer ouvir Simone. Um senhor de barba branca de algodão pede pra ir ao banheiro do shopping depois de 4 horas initerruptas colocando crianças no colo. Fotos, muitas fotos, instagram, redes sociais documentando que todos estão felizes. Dona Canô arranjou um jeito de ir embora de forma poética. O aniversário de Cristo rendeu bons lucros ao comércio e uns quilinhos a mais pra todo mundo. A morte de milhões de perus, chesters e leitoas foi celebrada com sucesso. Familiares distantes se reencontram e trocam presentes e farpas. Mil delírios, luzes coloridas, sonhos e faróis. Restos de comida da ceia vão para o microondas. Viados voadores carregam sacos e mais sacos de bujigangas. Um ansião adiposo fica preso na chaminé e é preciso chamar os bombeiros. O movimento na rodoviária já deu uma trégua. Os sinos já tocam anunciando o fim do feriado. Os lixos estão recheados de papel de presente. O Natal mexe de alguma forma com a gente.

Kleuber Garcez

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